quarta-feira, 8 de julho de 2009

Depoimento



Sentada no canto mais escuro do quarto [parte 2] sem sabre o que fazer - a lâmina ainda está na minha mão a inspiração para escrever ilumina minha mente graças ao clássico Para Eliza de Beethoven. Meus olhos se enchem de lágrimas, minhas mãos tremem e não consigo escrever mas tento suportar a vontade doentia de me cortar. a música parece me dizer que é errado mas as notas do piano são delicadas demais para isso.

Eu cansei de não poder dormir nem sonhar á noite, cansei de chorar subitamente.

"Eu daria qualquer coisa agora

para matar aquelas palavras para você

cada vez que eu digo algo que eu me arrependo eu grito: Eu não quero perder você

Mas de alguma maneira eu sei que você não vai me deixar" Forgive-me Evanescence

Essas palavras por algum momento me deram motivo para acreditar que isso vai acabar, mas eu não consigo confiar, não consigo acreditar em nada que dizem por receber falsas opiniões como verdadeiras de meus protetores. Por determinados momentos penso que odiar as pessoas que me fizeram profanar o que supostamente é mais precioso, me traria alívio, mas isso não faz sentido.

Eu sou o que não consigo esconder.

Só quero mais que tudo esquecer a época em que meus pais ainda estavam juntos. Eu me odeio por não ter descoberto a arte de cortar os braços antes do divórcio, eu era apenas uma criança. E eu pedi tantas vezes por este divórcio, eu implorei tantas vezes... Eu nunca quis escutar as discussões, não era minha culpa e eu não precisava ouvir, eu não merecia aquilo.

Então eu fugia, pegava meus patins e ia pra qualquér lugar longe de casa, eu odiava meu quarto, odiava os dois , odiava minhas bonecas e odiava as outras crianças que brincavam comigo, porque não era justo que elas não sentissem o que eu sentia.

Eu me trancava em meu quarto (guardo a chave até hoje), parava em frente ao espelho e machucava meu próprio rosto com as unhas. Minha mãe deveria pensar que me machucava brincando, ela vivia trabalhando e não tinha muito tempo pra notar. Lembro que em frente o mesmo espelho, olhava meu reflexo por algum tempo e chorava sem parar, eu acho que tinha uns seis, cinco anos na época.

Eu nunca vou esquecer o anjo que me fez sorrir o sorriso mais sincero, em meus pensamentos. Zaicom foi meu refúgio em todas as tempestades, em todas as vezes que tive o desprazer de presenciar mais uma discussão de meus pais, em todos meus medos.

Porque quando estava com ele meus medos desapareciam, e ele sempre fez parecer que a culpa de tudo não era minha.

Eu agradeço sempre em meu interior onde ele possa saber,que eu não seria nada se ele não existisse pra mim quando mais precisei.

eu vou te guardar sempre onde você

sempre esteve e sempre será

só você, meus pensamentos.

com amor

Wendy

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